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Índice primeros versos
A Alma não fica inteiramente morta!
A língua vil, ignívoma, purpúrea
A perfeição é a celeste ciência
Abre os olhos à Vida e fica mudo!
Abre-me os braços, Solidão profunda,
Ah! Mas então tudo será baldado?!
Ah! Para sempre! Para sempre! Agora
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Alma da Dor, do Amor e da Bondade,
Alma das gerações, alma lendária
Alma ferida pelas negras lanças
Almas ansiosas, trêmulas, inquietas,
Armam batalhas pelo mundo adiante
As asas da minh'alma estão abertas!
Às vezes na tu'alma, que adormece
Com a lâmpada do Sonho desce aflito
Como a chama que sobe e que se apaga,
Como o Rei Lear não sentes a tormenta
Como os cegos e os nus pede um abrigo
Corpo crivado de sangrentas chagas,
Cos santos óleos de que vens ungido
Da gota d'água de um carinho agreste
Da tu'alma a funda galeria
De bom amor e de bom fogo claro
De soluço em soluço a alma gravita,
Do coração no envelhecido fruto
Do pélago dos pélagos sombrios,
É a bondade que te faz formosa,
Espírito do Mal, ó deus perverso
Espírito imortal que me fecundas
Essência das essências delicadas,
Esta ansiedade que nos enche o peito,
Estás morto, estás velho, estás cansado!
Este caminho cor-de-rosa e é de ouro,
Estes vão para as guerras inclementes,
Estrela triste a refletir na lama,
Eu me recordo de já ter vivido,
Fecha os olhos e morre calmamente!
Floresce, vive para a Natureza,
Florescimentos e florescimentos!
Grande amor, grande amor, grande mistério
Há certas almas vãs, galvanizadas
Inicia-te, enfim, Alma imprevista,
Junto da morte que floresce a Vida!
Lá das colheitas do celeste trigo
Largos Silêncios interpretativos,
Livre! Ser livre da matéria escrava,
Lua absíntica, verde, feiticeira,
Luz que eu adoro, grande Luz que eu amo,
Mortos e mortos, tudo vai passando,
Muito embora as estrelas do Infinito
Nada há que me domine e que me vença
Nas formas voluptuosas o Soneto
Nem dormir nem morrer na fria Eternidade!
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
No teu ser de silêncio e d'esperança
Ó Alma doce e triste e palpitante!
Ó cegos corações, surdos ouvidos,
Ó céu estéril dos desesperados,
O coração de todo o ser humano
O coração é a sagrada pira
O Coração que sente vai sozinho,
Ó meu ódio, meu ódio majestoso,
Ó minh'alma, ó minh'alma, ó meu Abrigo,
Ó mundo, que és o exílio dos exílios,
O ser que é ser e que jamais vacila
Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
O vinho negro do imortal pecado
Oh lua voluptuosa e tentadora,
Oh! Que doce tristeza e que ternura
Os sentimentos servem de atalaias
Para encantar os círculos da Vida
Partes um dia das Curiosidades
Perante a Morte empalidece e treme,
Prende, arrebata, enleva, atrai, consola
Quando as Esferas da Ilusão transponho
Quando dos carnavais da raça humana
Quando será que tantas almas duras
Quando te escuto e te olho reverente
Quando vou pela Luz arrebatado,
Que mudez infernal teus lábios cerra
Quem anda pelas lágrimas perdido,
Se essa angústia de amar te crucifica,
Se tens sede de Paz e d'Esperança,
Ser de beleza, de melancolia,
Sonho profundo, ó Sonho doloroso,
Tu andas de alma em alma errando, errando,
Tu és o louco da imortal loucura,
Tu'alma lembra um mundo inacessível
Um ser na placidez da Luz habita,
-Vai, Peregrino do caminho santo,
Vamos saber das almas os segredos,
Vê como a Dor te transcendentaliza!
Vem comigo por estas cordilheiras!